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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Bom leite do peito até quando?


      Não gosto de citar textos, não por arrogância, mas pela proposta do meu blogue que é registrar fatos sobre a minha vida com mi hijo,e fatos relacionados a.  Não deixar a espontaneidade e autenticidade ir embora eu persigo desde que o criei, porém penso que originalíssimo e inédito nenhum blogue materno é, (porque mãe é tudo igual) só muda o endereço.... Maaassss:
Refletindo sobre o desmame e perambulando pela rede e pela blogosfera afora, li este texto mega interessante de Cláudia Rodrigues em  seu  buenaleche.blogspot.com/  e acho que vale a pena ler:

Pirações do DESMAME

“Pegou, grudou, conseguiu vencer a ausência dos mililitros gravados nos seios, até curtiu, gostou, doou e pronto, caiu do outro lado; encafifação do desmame. Nada é perfeito e sobre desmame as respostas são vagas, a literatura é mínima, a pitacação máxima e de acordo com as crenças de uma mulherada que vem sofrendo todo tipo de preconceito e discriminação ao longo da história da civilização.
No passado recente se resolvia o desmame com autoritarismo ou requintes de crueldade: pimenta, tinta preta nos seios, esparadrapo. Hoje complicou geral. Além dos velhos métodos ainda sobreviverem, o caldo cultural trouxe novidades, como remédio para secar o leite, separação radical da tríade bebê/mãe e pai, quando o casal sai para uma merecida viagem de segunda lua-de-mel. Pois é, faz parte do imaginário contemporâneo encarar os filhos como atrapalhos na vida. O término da licença-maternidade em 4 meses é um problema de fato, mas a piração-mór de muitas mães que desmamam abruptamente antes desse prazo para prevenir a chegada do final da licença é mais bizarra ainda, algo ao estilo: vamos cortar pela raiz. Frases como “o meu chorou três dias e três noites, mas deixou e ficou ótimo”; “melhor sofrer agora comigo do que depois sem mim”, são muito comuns e não tem sociólogo que explique porque a educação humana é baseada em punição, humilhação, fazer criança chorar, em minimização do choro da criança em nome do exibicionismo das habilidades adultas. A prática do consolo diante do sofrimento de um filhote está presente até nos primatas, mas curiosamente nossos excessos de zelo culturais nos levam contra os sólidos alicerces da vitória na luta pela sobrevivência.  Pelos excessos de zelo adultizamos as crianças, promovemos e compramos coisas que só satisfazem nossa vaidade de adultos e acabamos achando que prevenir a dor da separação aos 4 meses deve ser por desmame radical e mais precoce ainda O apelo cultural é tão forte para separar mãe e filhote humanos, que muitas mulheres sequer entram em contato com os vários ângulos de uma separação precoce, que pode ser atenuada com maestria justamente por um desmame gradual. Outras maelucas belezas de nós conseguem voltar ao trabalho e ainda esgotar leite algumas vezes ao dia para fazer estoques. Adoro essas, nunca fui capaz! Há as que apenas vão e voltam do trabalho e em casa sempre amamentam sem grilos maiores de quantidades, afinal os peitos não têm mililitros mesmo, para desespero dos pediatras que sempre suspeitam que vai faltar cálcio. Incrível, mas em pleno 2011, os pediatras ainda sofrem da Síndrome de Atlanta e só enxergam cálcio em leite de vaca industrializado para bebês. Alguns já receitam leite de vaca previamente, como se o retorno ao trabalho fosse necessariamente um caso de complementação absoluta e sem discussão, sem alternativas mais sensíveis e inteligentes. E claro, toda mãe tem o pediatra que merece porque se não dispara de um desses, merece-o. Tá, vamos admitir que encontrar um pediatra realmente humanizado é mais difícil do que um obstetra humanizado. Pediatra bonzinho e assustado, que faz tudo conforme as evidências da década de 1970, temos aos montes. Agora, os que sabem orientar e fortalecer a autoestima da mãe para amamentar e ainda pescar os problemas do desmame e orientar caso a caso, são raríssimos. Ainda bem que temos liga La Leche e enfermagem especializada no assunto Amamentar. Sim, porque na hora do desmame a bagunça mental e prática é generalizada. Ah pois é, isso mesmo, existe um momento na vida da criança que desmamar é benéfico. Ah é? Mas não é assim quando a criança romanticamente quiser e decidir? Não é ela quem manda, quem decide sobre o desmame? Ah sim, os dois decidem democraticamente juntos, sem conflitos, em comum acordo? Hummm, essa lagoa de leite não seca jamais quando partimos do princípio de que para algumas mulheres amamentar está vinculado a sentimentos profundos de uma maternagem ideal e desmamar seria como abrir mão desse carinho, desse poder ou desse jogo de poder, para ser mais exata. É raro esse sintoma aparecer em mulheres representantes do status quo, que desmamam precocemente ainda no primeiro ano de vida do bebê, mas é bastante comum nas militantes pró-aleitamento.   Desesperadas para aumentar o aleitamento humano para níveis dignos, o que é muito louvável, a mulherada mais que perfeita das técnicas pró-amamentação se enraivece e recomenda amamentação por uma estrada de vida a perder de vista, insistindo em paciência para as que não aguentam mais dividir o corpo com a criança e dourando a pílula das que vêem o desmame como uma espécie de velório da maternagem ideal.Tudo a fim de evitar- como se fosse possível - mais uma etapa de conflito nas fases do desenvolvimento infantil. E desmame é conflito, sempre foi e sempre será. Não é coincidência que o famoso terrible twos ocorra no segundo ano de vida. Atrás de uma crise de birra sempre tem uma criança exigindo mais autonomia e atrás de uma mãe reclamando que não agüenta mais as crises de birra sempre tem uma adulta com dificuldades de autocontrole que projeta essa falta controlando excessivamente o rebento.
Pode existir desmame sem dramas, separação sem dramas, mas na natureza não existe um lugar bege, neutro ou como ordena a moda semântica, “nude” para separações. Sem retirar o mérito das mães que lutam por um período minimamente digno de amamentação, que no Brasil é vergonhoso, menos de 4 meses na maior parte dos estados, é importante ressaltar que a negação do conflito traz seguramente uma amamentação excessivamente prolongada para as crianças em fase plena de autonomia e desembaraço. A contracultura do desmame precoce desceu de óculos cor-de-rosa sobre os alicerces do moralismo e dos bons (?) costumes e vem, nessa forma boa-moça de socializar a informação, projetando nos peitos com leite um mundo falso de purificação e proteção absoluta e sem fim. Aliás, não é porque a pesquisite está solta a favor da amamentação que as crianças amamentadas estão livres de doenças e as desmamadas serão eternas doentinhas. A saúde humana é muito mais complexa do que consegue atestar esse morrinho de pesquisas científicas. Mal lidas, essas informações podem levar as mulheres com tendência purista a desenvolver má relação com a introdução dos alimentos, um dos sintomas do conflito negado e/ou mal-resolvido do processo de desmame. “Dá licença mamãe, mas dá para tirar os peitões da minha cara que eu quero brincar de Batman!!?”, diria um gurizinho de 4 anos. Infelizmente muitas militantes acreditam que a responsabilidade imensa sobre o desmame é decisão exclusiva da criança, sem conflito algum, sem sinal de fadiga, sem crise de birra, sem uso abusivo do peito com mensagens quase subliminares de “cala-te nenê, não enche, não vou te dar atenção de criança maior agora, mama aí moleque e fica quieto”. De novo, em nome do excesso de zelo cultural, vem a repressão. Dessa vez a repressão ao desenvolvimento natural do ser humano, que é mamífero sim, mas não um mamador a perder de vista.Desmamar é conflito, encarando vem a solução e o desfrute da nova etapa
Se a cor do parto é escarlate, a do desmame começa com um sinalzinho amarelo quando a criança começa a andar e a mãe reage naturalmente tornando-se também ela mais ativa. A criança vai e volta, busca objetos e os entrega à mãe, ela diz com seus gestos: “eu também posso te dar, eu também posso ser seu dono, posso controlar você”. A mãe que entende essa linguagem não deixa de dar o peito, mas vai naturalmente parar de oferecer a cada solicitação de atenção da criança, afinal aquela criança já abre potes, armários, descasca uma banana, monta e desmonta e até pedala seu triciclo! Se essa criança toma mamadeira ou chupa chupeta, do mesmo modo a mãe deve nessa época parar de oferecer objetos orais como consolo porque a criança está nitidamente se desligando, em seu processo lento e gradual, de uma necessidade de consolo exclusivamente oral e se beneficiará muito mais de usar as próprias mãos para atingir seus objetivos, marcar sua presença no mundo e fazer-se sujeito de uma história assimbiótica. Ah é, esqueci, dá mais trabalho e o tipo de atenção que exige uma criança no segundo ano de vida é diferente, aceita menos manipulação, quer ser reconhecida em atos e fatos fisiológicos indubitáveis. Algumas mamas mais loucamente espertas sentem um certo prazer em afastarem-se dos seus rebentos por algumas horas ao dia quando eles começam a caminhar e interagir com outras pessoas. Outras, mais loucamente culturais, adiantam esse processo para ele casar direitinho com a licença-maternidade. E tem as belamamas, com filho bonzinho de dois anos que nunca reclama de nada, prefere mamar o tempo todo e detesta qualquer comida quando está perto da mãe. Com umas ou outras, o fato é que a dessimbiotização começa no parto (ou na cesariana) e começa doendo, só aliviada por longos consolos de leite nos primeiros meses, quando a livre demanda vai produzir um bebê calmo e alegre. O processo de separação do corpo da mãe continua em franca e notável evolução no desenvolvimento da criança, que passa a rir, comer, interagir mais com pais, irmãos, família. Como estará ao final de dois anos após o nascimento? E afinal, do ponto de vista psíquico, que raios faz um peito na vida de uma criança de 4 anos? Ah, sem essa de sexualização no sentido freudianamente mal-interpretado e doentio; a questão é de autonomia, de respeito a uma individualidade óbvia que uma criança de 4 anos tem, necessita e merece ter.
Manter a simbiotização com uma criança de 4 anos ou mais é seguramente um exagero, uma necessidade materna de aprovação e controle que nada tem a ver com o desenvolvimento natural dos pequenos. E é preguiça também, em muitos casos, vamos encarar sem delongas, sem panos quentes. Amamentar 15 vezes ao dia um moleque de 3 anos quer dizer que o bicho da neurose simbiótica está pegando, porque por volta dos dois anos já deu tempo mais do que suficiente para reparar a separação da barriga e apreender muito do mundo aqui do lado de fora da barriga da mamãe. Desmamar ao longo de um eventual terceiro ano, gradual e lentamente, é sem grandes dramas um bom acordo com as mamães mais apegadas. Agora, se pode dizer com segurança que uma criança amamentada até os dois anos não foi desmamada precocemente.  E afinal, o leite deixa de nutrir depois dessa ou daquela idade? Não, não deixa, mesmo uma pessoa de 30 anos recebe nutrientes de leite humano se beber leite humano, ué. Leite é leite, se o de vaca tem nutrientes, se o de cabra tem nutrientes, o nosso também tem. Agora, é necessário beber leite, seja de que tipo for? Depende da sociedade, beber leite  na vida adulta é um hábito cultural, ter preconceito contra leites de outros bichos ou com o próprio leite humano também.
Então era isso, o momento na corrente cultural atual é desmame precoce ou abrupto, muito mal feito e muitíssimo mal orientado pela maioria dos pediatras de plantão. Na contracultura viceja desconhecimento sobre os desmames legais o bastante, que seriam admitidos como conflitos de separação a serem vistos sem tapa-olhos psíquicos, não-romantizados e menos dramatizados."

Um comentário:

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